Força

Precisava desabafar, me desculpem se assustar vocês, principalmente a Claudia,, minha chefe imediata, mas, acho que ela já conhece esse meu lado frágil.

Não me sinto forte, me sinto fraca, não apenas fisicamente, como emocionalmente. Sinto que já fui tão forte e que hoje estou desgastada, estou fraquinha sem muita vontade ou ânimo para aguentar meus problemas.
Não quero fugir deles, pois, logo eles irão me alcançar, mas, quero resolver um de cada vez, só que eles são maus e acabando vindo á toda de uma vez só, todos juntos.
Sobre o lopes, eu até pensei e montar um antigo grupo de apoio á vítimas de abuso sexual, mas, me sinto sem estrutura para isso agora, talvez, no futuro, dê certo, pois, adoro ajudar as pessoas, é uma das minhas qualidades, e defeito ao mesmo tempo, pois, sem saber nadar eu me atiro ao mar e tento ajudar quem está a se afogar.
ótimo, eu sempre ajudo todos que precisam e acabo afogando me no mar gelado e escuro. Acabo ficando fraca e engolindo água salgada além da conta., além do que meus pulmões aguentam.
Eu acho que por mais que o tempo passe, dias, meses, anos, eu nunca vou conseguir esquecer que fui abusada, que tive meus direitos, corpo, vida, violados de forma tão cruel. Escrevo em meio á lágrimas, pois é algo que me fere profundamente. Mas, algo que precisa sair para fora, o pus da minha ferida.
Eu tinha 16. hoje estou quase a completar 22 e a dor é a mesma, talvez um pouco maior, um pouco mais complexa hoje, pois percebo que tudo que veio depois foi por causa dessa violência que sofri. E hoje, ele está livre e eu estou presa á doenças bem ruins.
Me perguntaram se o motivo de eu dizer abertamente sobre o abuso, a esquisôfrenia, os transtornos afetivos e alientares, se é uma forma de chamar atenção. Talvez seja sim, uma maneira de mostrar que estou viva, que eu tive sequelas visíveis e que consegui sobreviver. Que por mais traumatizada e amrcada que eu tenha ficado, eu passei por cima dos meus cacos e me refiz, com falhas, mas, de forma sólida. Eu me reinventei, com pedaços antigos e fiéis á aquela que fui.
Escrever me liberta.
Quando digo que tenho t.a, quero que me respeite, idem ao toc, ou á esquisôfrenia, e outros transtornos. Quero dizer que podem não concordar comigo, e eu entendo isso, mas exijo que ouça o que tenho a dizer e veja o que estou a mostrar. Podem discordar de mim e não entender meu jeito de ser, mas, defenderei com minhas forças o direito que tenho de ser diferente.

Conto calorias, tenho medo de engordar, faço muitos exercícios, tenho pesadelos, me peso várias vezes ao dia, temo baratas e tenho pânico de cachorros e medo de gatos. Gosto de ficar sozinha mas sinto falta de companhia, gosto do escuro mas não de ficar sozinha nele. Adoro cantar mas não decoro as músicas, gosto de pintar mas meus quadros são hottíveis e os destruo quando termino. Tenho mais de 700 blogs, ouço vozes que não existem, vejo pessoas me perseguindo, adoro ajudar o próximo, tenho um coração enorme que não cabe no peito, uso jeans 36 mas me sinto como se usasse 46. Gosto de mulheres, mas, também me encanto por algumas pequenas qualidades masculinas. Não chego a ser bissexual. Já perdi dois filhos e me sinto menos mulher depois disso, me sinto impotente, por não ter conseguido segurar meus bbs em meu ventre. Me sinto menos forte, menos capaz, mais humana e menos máquina.

Sou única, mas, sou igual. 

Sou assim, uma doce contradição, amarga ao se provar, mas, lá no fundo, doce como mel.
Muito prazer, sou a Daniela
Tenho meus defeitos, qualidades, medos e coragem, mas no fundo ainda sou uma menina pequena fugindo do lobo mau e sua matilha.